Estou nesse mesmo dilema, sem paciência alguma para ler algo que eu já tenho que conviver diariamente vendo ser disseminado e tratado como natural por todos os lugares.
À essa altura, consumir uma obra que não tem um quê de subversiva, disruptiva, transgressora já não é uma opção viável.
Texto maravilhoso Lis! Torcendo para que você consiga um trabalho por agora e consiga se sustentar até que se estabilize futuramente♡♡
Obrigada pelo carinho, Leah! É muito isso, né? Cansaço de ler o que já é regra. Sede de ser só se alimenta com o que nos constrói, e não o que destrói.
Depois de ler eu fiquei pensando como é fácil não perceber o quanto certas coisas estão tão centradas na figura masculina, especialmente do homem cis, de maneira que ler mais mulheres cis e pessoas trans exige uma procura mais ativa e sites como a Amazon podem terminar por dificultar esse processo.
Por exemplo, se você for na Amazon e digitar Palestina para procurar livros sobre, praticamente só encontramos homens. Claro que isso não significa que Edward Said seja dispensável, mas não tem muita diversidade ainda mais quando tem esse fator de a Palestina ser colonizada por Israel.
Sites de vendas nunca vão ser o melhor local para você procurar nenhum tipo de referencial que fuja do que tá sendo mais vendido. O foco ali é no lucro, então ele recomenda o que tá em alta ou com promoção. Também tem o fator que não ler homens e apenas homens requer um esforço ativo, já que o mainstream é, em grande parte, material criado por homens. Você muitas vezes não vai ter com quem conversar sobre essas referências.
Alice, uma pergunta genuina, deve-se existir um minimo de empatia referente a como homens se comportam perante a sociedade?
Considerando que isso tudo é um sistema estabelecido desde o momento que passamos a existir, e afeta todos ao redor, me pergunto em meio a tantas duvidas sobre mim, se eu deveria culpa-los ou enxerga-los como um dia vitimas e hoje apenas abusadores e usufruidores de um sistema muito maior.
Seu texto simplesmente foi perfeito, de fácil entendimento e principalmente com links e citações, sou autista e não sabe o quanto isso me ajudou, facilitou e confortou durante a leitura! Adoro seu trabalho e assim que eu puder estarei me aprofundando nas suas citações e apoiando você mensalmente aqui! Um beijão, grande abraço <3
Quanto a pergunta: acho que é um exercício de recorte, mesmo. Ser homem não é em si o problema. Por isso faço questão de pontuar que não estou falando de "todos os homens". A maioria é um problema? Provavelmente. Mas a gente precisa pontuar, além dos comportamentos e da inércia, a estruturalidade. Até porque, ela também violenta a existência deles. Alguns percebem essa violência, outros normalizam como se fosse, então, a definição de "masculinidade".
Fico muito feliz que tenha gostado do meu texto e espero que você goste do que vem por aí! Abraços. 💖
Esse texto vai muito ao encontro com algo que tava pensando esses dias: a maioria esmagadora das referências que tenho são homens, e costumo ir sempre ler outros homens quase que inconscientemente. Vou caçar a indicação do livro da Imogen que você citou, parece ótimo. E força aí, estarei torcendo para que as coisas melhorem para você 🫶🏼
Obrigada, Bellia! É um esforço ativo e constante mesmo isso de "não ler homens". É muito fácil cair em referencial feito por homens porque eles ditam o mundo, né? Mas esse caminho da resistência é muito libertador. Na próxima cantiga, vou trazer mais recomendações de leituras assim: livres.
nossa pior q sobre a cumplicidade masculina, eh mt interessante q em Ana Karenina a infidelidade conjugal do Stiepan eh tratada como um "deslize", um "erro humano" (todos não somos humanos?), enquanto o caso da Ana com o conde Vronski coloca ela como o diabo encarnado.
Enfim, adorei o texto Lis, espero o melhor p vc 💖💖💖
(mds ironico eu estar citando um autor cishetero p falar sobre o post neh...)
Sabia que eu ia citar exatamente Tolstói nesse texto? Hahaha. Quando a gente vai analisar literatura romântica, surge um bando de casos assim. Fico feliz que tenha gostado do texto, Sofia. Sempre bom te ver por aqui. 💖
Estou nesse mesmo dilema, sem paciência alguma para ler algo que eu já tenho que conviver diariamente vendo ser disseminado e tratado como natural por todos os lugares.
À essa altura, consumir uma obra que não tem um quê de subversiva, disruptiva, transgressora já não é uma opção viável.
Texto maravilhoso Lis! Torcendo para que você consiga um trabalho por agora e consiga se sustentar até que se estabilize futuramente♡♡
Obrigada pelo carinho, Leah! É muito isso, né? Cansaço de ler o que já é regra. Sede de ser só se alimenta com o que nos constrói, e não o que destrói.
Você não pode ver mas eu estou aqui em pé aplaudindo seu texto.
Obrigada! Receber aplausos de um escritor tão incrível é uma honra para mim! 🥺🫶
Como sempre, Lis, esse texto está maravilhoso.
Depois de ler eu fiquei pensando como é fácil não perceber o quanto certas coisas estão tão centradas na figura masculina, especialmente do homem cis, de maneira que ler mais mulheres cis e pessoas trans exige uma procura mais ativa e sites como a Amazon podem terminar por dificultar esse processo.
Por exemplo, se você for na Amazon e digitar Palestina para procurar livros sobre, praticamente só encontramos homens. Claro que isso não significa que Edward Said seja dispensável, mas não tem muita diversidade ainda mais quando tem esse fator de a Palestina ser colonizada por Israel.
Sites de vendas nunca vão ser o melhor local para você procurar nenhum tipo de referencial que fuja do que tá sendo mais vendido. O foco ali é no lucro, então ele recomenda o que tá em alta ou com promoção. Também tem o fator que não ler homens e apenas homens requer um esforço ativo, já que o mainstream é, em grande parte, material criado por homens. Você muitas vezes não vai ter com quem conversar sobre essas referências.
Alice, uma pergunta genuina, deve-se existir um minimo de empatia referente a como homens se comportam perante a sociedade?
Considerando que isso tudo é um sistema estabelecido desde o momento que passamos a existir, e afeta todos ao redor, me pergunto em meio a tantas duvidas sobre mim, se eu deveria culpa-los ou enxerga-los como um dia vitimas e hoje apenas abusadores e usufruidores de um sistema muito maior.
Seu texto simplesmente foi perfeito, de fácil entendimento e principalmente com links e citações, sou autista e não sabe o quanto isso me ajudou, facilitou e confortou durante a leitura! Adoro seu trabalho e assim que eu puder estarei me aprofundando nas suas citações e apoiando você mensalmente aqui! Um beijão, grande abraço <3
Quanto a pergunta: acho que é um exercício de recorte, mesmo. Ser homem não é em si o problema. Por isso faço questão de pontuar que não estou falando de "todos os homens". A maioria é um problema? Provavelmente. Mas a gente precisa pontuar, além dos comportamentos e da inércia, a estruturalidade. Até porque, ela também violenta a existência deles. Alguns percebem essa violência, outros normalizam como se fosse, então, a definição de "masculinidade".
Fico muito feliz que tenha gostado do meu texto e espero que você goste do que vem por aí! Abraços. 💖
Esse texto vai muito ao encontro com algo que tava pensando esses dias: a maioria esmagadora das referências que tenho são homens, e costumo ir sempre ler outros homens quase que inconscientemente. Vou caçar a indicação do livro da Imogen que você citou, parece ótimo. E força aí, estarei torcendo para que as coisas melhorem para você 🫶🏼
Obrigada, Bellia! É um esforço ativo e constante mesmo isso de "não ler homens". É muito fácil cair em referencial feito por homens porque eles ditam o mundo, né? Mas esse caminho da resistência é muito libertador. Na próxima cantiga, vou trazer mais recomendações de leituras assim: livres.
nossa pior q sobre a cumplicidade masculina, eh mt interessante q em Ana Karenina a infidelidade conjugal do Stiepan eh tratada como um "deslize", um "erro humano" (todos não somos humanos?), enquanto o caso da Ana com o conde Vronski coloca ela como o diabo encarnado.
Enfim, adorei o texto Lis, espero o melhor p vc 💖💖💖
(mds ironico eu estar citando um autor cishetero p falar sobre o post neh...)
Sabia que eu ia citar exatamente Tolstói nesse texto? Hahaha. Quando a gente vai analisar literatura romântica, surge um bando de casos assim. Fico feliz que tenha gostado do texto, Sofia. Sempre bom te ver por aqui. 💖
Simplismente incrível!!!!
💖💖💖